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Opep+ anuncia leve aumento na produção de petróleo, apesar da pressão dos EUA

O cartel do petróleo da Opep+ decidiu, nesta quarta-feira (3), aumentar levemente sua produção, apesar das negociações do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em meados de julho na Arábia Saudita, para tentar conter o aumento de seus preços.

Os representantes dos 13 membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus dez sócios concordaram em “aumentar a produção (…) em 100 mil barris diários no mês de setembro”.

O número é bem abaixo dos meses anteriores, quando chegaram a em torno de 432 mil e 648 mil barris adicionais, segundo uma nota divulgada após uma videoconferência ministerial.

Tentativas frustradas

Os 23 membros do cartel deveriam decidir uma nova estratégia, em um momento em que os níveis de produção voltaram aos seus níveis anteriores à pandemia de coronavírus.

Em 2020, o grupo optou por deixar milhões de barris de petróleo no subsolo, para não inundar o mercado com petróleo bruto que não poderia absorver, devido a um colapso na demanda.

As discussões técnicas começaram por videoconferência no início da tarde em Viena, sede do cartel, e foram seguidas de uma reunião ministerial.

Biden se reuniu com o príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, em meados de julho, para tentar convencê-lo a voltar a produzir em alta velocidade e, assim, impedir a disparada dos preços dos combustíveis.

Essa conversa forçou Biden a voltar atrás em sua promessa anterior de tratar o reino saudita como um Estado “pária”, após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018.

A decisão da Opep+ mostra que ela continua unida e, de fato, atende aos interesses da Rússia, que são diametralmente opostos aos dos Estados Unidos.

Em seu comunicado à imprensa, o cartel do petróleo insiste na “importância de manter o consenso imprescindível para a coesão da aliança”.

Na semana passada, o presidente francês, Emmanuel Macron, também conversou com o líder saudita, apesar dos protestos de grupos de direitos humanos. Nesse sentido, Macron defendeu o objetivo de “atenuar os efeitos da guerra da Ucrânia na Europa, Oriente Médio e no mundo”.

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GaúchaZH
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