Demanda

Petróleo Saudita perde mercado para o Brasil na China

As refinarias de petróleo chinesas, lideradas pela gigante Sinopec, devem aumentar as importações de petróleo bruto brasileiro no terceiro trimestre para substituir parte do fornecimento saudita que foi cortado depois que o reino aumentou os preços, disseram fontes do setor.

A China, o maior importador de petróleo bruto do mundo, reservou quase 1 milhão de barris por dia de petróleo bruto brasileiro para entrega em agosto e setembro, disseram vários traders, dos quais 20 milhões de barris foram comprados pela Unipec, uma subsidiária da Sinopec, a maior refinaria da Ásia.

Os volumes são significativamente maiores do que a média nos primeiros cinco meses do ano, quando a China importou 3,02 milhões de toneladas métricas de petróleo bruto brasileiro, ou 729.125 barris por dia, segundo dados da alfândega chinesa.

A Sinopec não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O aumento nas compras de petróleo bruto brasileiro ocorre quando as refinarias chinesas cortam volumes da Arábia Saudita, seu segundo maior fornecedor de petróleo, que elevou a maioria de seus preços de petróleo para julho e agosto depois que o OPEP se ofereceu para cortar mais a produção.

A medida da Arábia Saudita apertou a oferta global de petróleo azedo e fortaleceu a referência do Oriente Médio Dubai em relação ao Brent, o marcador para o petróleo doce produzido na Bacia do Atlântico.

A estreita lacuna de preços entre Brent e Dubai, juntamente com as taxas de frete mais baixas e a crescente produção no Brasil, permitiram que mais petróleo do produtor sul-americano fosse enviado para a China, disseram traders.

Os prêmios spot para as notas brasileiras, como Tupi, se firmaram com a demanda chinesa.

O Tupi, um petróleo bruto médio-doce, é negociado a cerca de US$ 3,50 o barril acima do Brent datado em uma base entregue à China para carregamentos com vencimento em setembro, cerca de 50-70 centavos a mais do que o preço de agosto, disseram as fontes de trading.

A China cortou as importações de petróleo bruto do Brasil em 2022 quando a crise da Ucrânia estourou, pois engoliu petróleo russo barato. As importações da China do Brasil caíram 17,7% para 498.571 bpd em 2022 em relação a 2021, segundo dados da alfândega.

Fonte
Datamar News
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