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Saudi Aramco alerta sobre capacidade mundial de produção de petróleo

Os mercados internacionais de petróleo continuam incrivelmente escassos no lado da oferta, alertou o executivo-chefe da maior produtora mundial, dizendo que o foco do mundo está demasiado voltado ao impacto na demanda de uma possível recessão e não às atuais limitações da oferta.

Os comentários de Amin Nasser, executivo-chefe da Saudi Aramco, chegam enquanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderada pela Arábia Saudita, se prepara para anunciar nesta quarta-feira (5), segundo se prevê, um grande corte na produção para impulsionar os preços do petróleo e preservar a capacidade ociosa de produção, em particular no país do Golfo Pérsico.

Falando no Energy Intelligence Forum, realizado em Londres, Nasser disse que os preços atuais do petróleo, que caíram para menos de US$ 90 por barril, depois do pico do início deste ano, de US$ 139, refletem um mercado cujo foco está “na economia de curto prazo, em vez de nos fundamentos da oferta”.

A falta de investimento fez com que a capacidade ociosa global, definida como o fornecimento extra de petróleo capaz de entrar em cena rapidamente no caso de imprevistos, permaneça “extremamente baixa”, de forma que seria “completamente corroída” se a China abrandasse suas medidas de restrições contra a covid-19 e começasse a consumir mais, alertou Nasser.

“Se a China se abrir, [a] economia começar a melhorar ou o setor de aviação começar a pedir mais combustível de avião, essa capacidade ociosa será corroída”, disse. “E quando você corrói essa capacidade ociosa, o mundo deveria se preocupar. Não haverá espaço para nenhum tropeço, nenhuma interrupção, nenhum evento imprevisto em qualquer lugar do mundo.”

A Saudi Aramco, que impulsionada pelo aumento dos preços do petróleo ultrapassou a Apple neste ano como a empresa mais valiosa do mundo, é um dos poucos produtores que estão investindo no aumento da produção. A petrolífera estatal está em meio a um processo que elevará sua capacidade máxima de produção diária de 12 milhões para 13 milhões de barris até 2027.

Nasser enfatizou que essa decisão foi tomada em 2020 e que seria extremamente difícil para o resto da indústria petrolífera elevar, de uma hora para a outra, a oferta de longo prazo, de forma que o mundo pode estar se dirigindo a um longo período de altos preços do petróleo.

“Mesmo se decidirmos elevar o investimento, vai ser difícil; levará alguns anos”, afirmou Nasser.

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BiodieselBR
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