Na Câmara, Petrobras defende política de preços e críticos temem novos aumentos
Em audiência pública da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados nesta segunda (24), a Petrobras defendeu a política que equipara os preços de combustíveis e derivados do petróleo aos praticados no mercado internacional.
A estatal argumentou que a prática incentiva a concorrência e promove investimentos no setor, enquanto outros agentes do mercado seriam responsáveis pelos recentes aumentos na gasolina, diesel e gás de cozinha.
As justificativas não convenceram representantes de caminhoneiros, petroleiros e engenheiros, que temem novas altas nos preços e desabastecimento com a venda de refinarias nas regiões Sul e Nordeste.
Política de importação
Representante do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep), Eduardo Costa Pinto considera a política de preço de importação insustentável.
Ele lembrou que o preço incorpora não apenas a cotação internacional dos preços dos derivados, mas também os custos de frete, perdas, seguros, o imposto da marinha mercante e a taxa de câmbio, além de parcela fixa equivalente ao custo estimado de frete rodoviário e armazenamento e movimentação no terminal.
“O nosso preço fica mais alto do que os do mercado americano e reduz a capacidade de refinaria. Não se cria preço de equilíbrio mais alto”.
O representante do Ineep acusou a Petrobras de exercer preço de monopólio.
“Produz abaixo da capacidade e vende a preço mais caro”.
Eduardo também considera que o preço viabilizou a venda das refinarias, e o monopólio estatal será substituído pelo monopólio privado.
A venda das refinarias também foi alvo de críticas do diretor de Políticas Sociais e Acessibilidade da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Dahmer.