Mercado

Sindipetróleo alerta para o aumento no preço do diesel a partir de novembro

O  Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Sindipetróleo) faz um alerta sobre o aumento de preços do diesel no país em função do índice e oferta do biodiesel – que tem a soja como matéria-prima – misturado ao combustível.

“A partir de 1° de novembro, o custo do biodiesel poderá impactar em aumento de preço do óleo diesel vendido nos postos de combustíveis” afirma o sindicato. A entidade ressaltou que desde maio, com o aquecimento do mercado de soja e o aumento das exportações, tem ocorrido a menor oferta do biocombustível no setor de combustíveis. “Em função do cenário atual e para garantir o abastecimento do produto nos postos, sem oscilações, a Fecombustíveis, apoiada pelo Sindipetróleo defende a redução do percentual da mistura para 8%”, propõem os representantes do setor.

O Brasil é maior produtor da oleaginosa no mundo, com 124,8 milhões de toneladas na Safra 2019-2020 e Mato Grosso é o líder na produção nacional do grão, com 35,8 milhões de toneladas, segundo dados de setembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Desde o final do ano passado, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) tem reduzido o percentual da mistura de biocombustível ao diesel. Até o final de outubro uma redução temporária 10% está em vigor em função da falta do biocombustível no mercado. Em novembro/dezembro, a agência já havia reduzido para 11%, uma vez que a oferta do biocombustível na época, poderia não ser suficiente para atender ao teor de 12%. A preocupação do setor é potencializada diante da análise do resultado do 76º Leilão de Biodiesel, realizado ANP e o aumento do teor da mistura de 10% para 11%.

Preço na bomba

Conforme dados levantados pela Fecombustíveis, que representa os postos nacionalmente, o preço médio Brasil atingiu R$ 5,51 o litro, enquanto o óleo diesel A (sem a mistura) sai das refinarias, em média, por R$ 2,12 o litro (incluindo  PIS/COFINS). Ou seja, mais que o dobro do custo do produto mineral, o que encarece sobremaneira o preço do óleo diesel (com a mistura) nas bombas.

Para Fecombustíveis, o preço do  B100, o biocombustível,  dificilmente, pode ter o preço alterado considerando a comercialização por meio do sistema de leilões. Enquanto a soja, como commodity, é negociada no mundo todo segundo a lei de oferta e demanda. “A única possibilidade de alteração do custo do biodiesel seria pela redução do percentual do diesel na mistura para 8%, assegurando o fornecimento nacional e evitando o impacto da alta de preço do biodiesel no custo final do óleo diesel”.

Com o aumento da produção agrícola e das exportações, o estado já consumiu este ano – de janeiro a agosto – segundo o Sindipetróleo, 2,670 bilhões de litros de óleo diesel, o que representa um aumento de 8,4%, em relação ao mesmo período do ano passado, 1,992  bilhões de litros do produto, 

As entidades, esclarecem que o revendedor varejista, agente mais visível da cadeia, não pode ser responsabilizado exclusivamente por elevações de preços ocorridas em etapas anteriores: “A Fecombustíveis e o Sindicato lembram que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada elo do downstream (distribuidora e posto revendedor) repassar ou não os maiores custos ao consumidor. Apesar disso, a revenda é o elo mais competitivo da cadeia e, atualmente, os postos trabalham com margens muito reduzidas, portanto, dificilmente conseguirão absorver eventuais aumentos do diesel”, constatam. 

Fonte
PNB Online
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