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Paralisação de campos na Bahia pode afetar Refinaria de Mataripe

O prejuízo à produção de derivados na Refinaria de Mataripe, da Acelen, é um dos riscos mapeados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) com a interrupção do Polo Bahia Terra. Nessa quinta (12/1), a ANP negou pedido da Petrobras para retomar as operações do ativo.

Simultaneamente, decidiu criar um grupo de trabalho para monitorar a situação. O GT trabalhará com a Petrobras para definir uma estratégia de retomada da produção no menor tempo possível e elaborar um cronograma de retorno da operação.

— O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, destacou que a agência decidiu intervir porque a parada do polo afeta a muitos, incluindo a Acelen, que consome toda a sua produção. O refinador mostrou preocupação com a falta de clareza sobre o cronograma da paralisação.

— Também afeta municípios baianos. Em 2022, o polo, que responde por cerca de metade da produção do estado, gerou receitas de R$ 188 milhões em royalties. Ou seja, um mês de parada equivale a uma perda média de R$ 15 milhões para as dez cidades beneficiadas.

Saboia cita também o potencial dano aos demais produtores da região que utilizam a infraestrutura da Petrobras, como a PetroReconcavo. Além do prejuízo para a cadeia fornecedora local – o que afeta a geração de empregos e renda locais.

“Se a ANP não pode e não deve se furtar ao seu dever de fazer cessar as situações de risco grave e iminente observadas, deve envidar todos os esforços para que a retomada da produção ocorra com a maior brevidade possível”, votou Saboia.

O Polo Bahia Terra está parado há um mês. Foi interditado por motivos de segurança, após técnicos da ANP constatarem uma série de irregularidades. Reúne 37 concessões e está sendo negociado pela Petrobras com o consórcio PetroReconcavo/Eneva.

A paralisação é mais um episódio das idas e vindas na venda do ativo. O processo foi suspenso judicialmente em junho de 2022, após pedido da Aguila Energia, cuja proposta foi recusada pela Petrobras. Entretanto, em novembro passado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) revogou a medida.

— Com a vitória de Lula nas eleições, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) pressiona o novo governo pela paralisação do negócio, assim como de outras vendas de ativos da Petrobras. Na semana passada, porém, a estatal negou a suspensão do desinvestimento.

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EPBR
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