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Entidades do agronegócio preparam manifesto em apoio ao biodiesel

Um grupo composto por 11 entidades ligadas principalmente às cadeias da soja e da proteína animal estão afinando o discurso em defesa do biodiesel. Nessa quarta-feira (04), o grupo esteve reunido em Brasília. No encontro foi decidida a publicação de um manifesto conjunto defendendo a normalização da mistura obrigatória no óleo diesel.

Legalmente, todo o óleo diesel consumido pelos brasileiros deveria conter 14% de biodiesel. Desde o terceiro bimestre ao ano passado, contudo, o teor vem sendo mantido reduzido por determinação do governo federal. No momento a mistura está em 10% e – oficialmente – deve ser mantida assim até o final do ano.

Nos últimos dias, contudo, uma fala do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, mandou uma sinalização de que a mistura pode vir a ser normalizada ainda este ano e garantindo a chegada do B15 em março do ano que vem.

Em abril, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o governo federal estuda autorizar aumento do teor para 14% este ano e para 15% em 2023.

Segundo o presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), deputado Pedro Lupion, a produção de biodiesel é uma questão de segurança energética. “É preciso reduzir a dependência externa de combustíveis fósseis e a poluição que causam, disse. A frente tem coordenado o esforço político pela retomada dos patamares normais de mistura.

Além disso, a produção de biodiesel gera impacta a oferta de farelo de soja no mercado interno. Este é um insumo fundamental na produção de rações e, portanto, entra na composição dos custos de produção da proteína animal como suínos, peixes, frangos e ovos

Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) mostram que a fabricação de biodiesel tem expressiva contribuição para agregar valor à soja. De 2008 a 2021 o Brasil processou 502 milhões de toneladas de soja. O biodiesel foi responsável por 16% disso, ou seja, 81 milhões de toneladas.

Na reunião, a FPBio demonstrou às organizações do agronegócio estudos que indicam que cada 1 ponto percentual de biodiesel adicionado ao diesel representa uma movimentação extra na economia equivalente a R$ 30 bilhões anuais. Segundo Lupion, é estratégico reduzir a dependência das importações de diesel e substitui-lo gradativamente pelo biodiesel, como vinha sendo feito até 2021. Significa, na prática, trocar milhões de dólares gastos para criar negócios e empregos em outros países com a importação, por investimentos no biodiesel nacional e, assim, internalizar a geração de empregos, renda e tributos.

Participaram da reunião:

  • Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja);
  • Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA);
  • Associação Brasileira de Criadores de Suíno (ABCS);
  • Organização das Cooperativas do Brasil (OCB);
  • Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra);
  • Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio);
  • Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove);
  • União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio);
  • Federação da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes);
  • Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa);
  • Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma).
Fonte
BiodieselBR
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