Tecnologia e sustentabilidade

Petrobras aguarda aval para diesel renovável; produto pode competir com biodiesel

A Petrobras (PETR4) pode deslanchar investimentos no chamado diesel renovável caso uma consulta pública aberta pela reguladora do setor de combustíveis ANP culmine com o reconhecimento do combustível como elegível a participar das misturas no diesel, disse a diretora de Refino e Gás Natural da companhia, Anelise Lara.

Segundo ela, a Petrobras finalizou com sucesso em julho testes de processamento de diesel com óleo de soja refinado na refinaria Repar, no Paraná, onde a empresa coprocessou 2 milhões de litros do produto vegetal, que resultaram em cerca de 40 milhões de litros do produto com conteúdo renovável.

“A partir dos resultados, confirmou-se a viabilidade técnica da tecnologia, estabelecendo alternativa de fácil implantação para a captura de oportunidades do negócio de diesel renovável”, afirmou a diretora, em videoconferência para comentar os resultados da companhia.

A executiva afirmou ainda que a expansão do projeto agora depende apenas do reconhecimento desse diesel renovável para fins do cumprimento dos mandatos de biodiesel e elegibilidade desse combustível para créditos de descarbonização (Cbios).

O eventual reconhecimento do diesel renovável, contudo, pode gerar concorrência e incomodar a indústria de biodiesel do Brasil, que atualmente conta com uma mistura obrigatória de 12% do combustível no diesel.

Mais de 70% do biodiesel produzido no Brasil é feito a partir de óleo de soja, o que também indica impacto no mercado da commodity, que tem no segmento de combustível importante fonte de demanda.

Além de elevar a mistura de biodiesel em 1 ponto percentual neste ano, dentro de um plano que prevê aumentos anuais, o Brasil lançou o programa RenovaBio, que estabelece um mercado de Cbios que as distribuidoras de combustíveis terão de comprar para cumprir metas de descarbonização.

Esses créditos também são vistos como importante fonte de recursos para os produtores de biocombustíveis, que são os emissores dos Cbios.

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Money Times
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