EUA reforçam presença militar no Golfo Pérsico para proteger petroleiros de assédio do Irã
Departamento de Defesa decide ampliar força para garantir que o Irã não restrinja a rota comercial pelo Estreito de Ormuz
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos confirmou na quinta-feira (20) que decidiu ampliar sua presença militar no Estreito de Ormuz, para coibir a atuação das forças iranianas contra embarcações comerciais. A área é a principal ligação entre o Golfo Pérsico e o Oceano Índico e rota frequente para a exportação de petróleo de grandes produtores como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Iraque.
Os EUA mandaram mais três navios de guerra e fuzileiros para a região após tentativas iranianas de capturar navios comerciais que trafegavam na área.
No início do mês, o Irã tentou apreender dois petroleiros, um de bandeira das Ilhas Marshall e outro panamenho, chegando a disparar contra um dos navios. Um contratorpedeiro americano conseguiu dissuadir as forças iranianas na ocasião.
Em abril, comandos mascarados da marinha iraniana fizeram um ataque de helicóptero em uma outra embarcação com destino aos EUA no Golfo de Omã e uma gravação com a operação foi ar na TV estatal iraniana.
Segundo a Marinha americana, o Irã apreendeu pelo menos cinco navios comerciais nos últimos dois anos e assediou mais de uma dúzia de outras embarcações. Muitos desses incidentes ocorreram dentro e ao redor do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo bruto produzido.
O reforço militar desta semana se soma a outros recentes, que incluíram o envio de modernos jatos F-35 e F-16 para a região. Segundo o Departamento de Defesa, os EUA estão demonstrando o compromisso em garantir a liberdade de navegação e impedir as atividades de desestabilização iranianas na região.
“Continuaremos a trabalhar com aliados e parceiros que pensam da mesma forma e que estão comprometidos com o livre fluxo de comércio para tomar ações apropriadas e coordenadas contra ameaças a este princípio fundamental da ordem internacional baseada em regras”, diz o comunicado.
As tensões na região têm aumentado desde que o governo Donald Trump se retirou unilateralmente do acordo nuclear com o Irã e restaurou sanções comerciais ao país. O Irã respondeu aumentando suas atividades nucleares, que alega serem pacíficas, e tem fornecido drones armados à Rússia em sua guerra contra a Ucrânia.