Mercado

ANP prevê R$ 21 bilhões em investimentos no setor de exploração até 2027 e alerta para necessidade de descobertas de novas reservas

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgou hoje (19) o Relatório Anual de Exploração 2022, com dados e projeções sobre a exploração de óleo e gás no país. O documento foi apresentado durante evento na sede da agência, no Rio de Janeiro. O maior destaque foi a previsão de investimentos até o ano de 2027, que devem somar R$ 21 bilhões, de acordo com cálculos da ANP. Desse total, uma fatia de R$ 5,6 bilhões será aplicada em 2023, enquanto outros R$ 7 bilhões (34%) deverão ser desembolsados no próximo ano.

“Zelar pelo incremento das atividades exploratórias no Brasil é zelar pela segurança energética do País, bem como pela manutenção de empregos, renda e participações governamentais à sociedade brasileira. Só em 2022, a ANP distribuiu cerca de 130 bilhões de reais em royalties, participações especiais e bônus de assinatura. Por isso, a ANP exercerá de forma muito diligente o seu papel de manter a competitividade do setor, com respeito aos contratos, e de aumentar a atratividade das atividades exploratórias, respeitando o meio ambiente”, afirmou o diretor-geral da agência, Rodolfo Saboia.

O relatório também revela que o número de notificações de descobertas em 2022 aumentou aproximadamente 54% quando comparado ao ano de 2021. Foram 20 notificações em 2022, contra 13 no ano anterior.  A agência destacou ainda que houve um pequeno crescimento no número de poços perfurados em relação ao ano anterior: foram 22 poços em 2021 e 23 poços em 2022, demonstrando que o setor ainda se recupera dos efeitos da pandemia de covid-19.

Ao final de 2022, 295 blocos estavam sob contrato, total que representou não só um aumento de 19% em relação a 2021, mas também o rompimento da tendência de queda, observada desde 2019. Isso equivale a mais de 186 mil km² de bacias com blocos exploratórios. Ampliar a atividade exploratória nesses blocos será fundamental para garantir a segurança energética do Brasil nos próximos anos, na avaliação de Saboia.

“A produção brasileira hoje gira em torno de 3,2 milhões de barris por dia e chegará 4 milhões de barris por dia em 2025. Entretanto, as curvas anualizadas das reservas 2P mostram que o pré-sal, que hoje responde por mais de 75% da nossa produção, atingirá seu pico antes de 2030. Assim, haverá declínio significativo da produção brasileira se não houver novas descobertas comerciais. Além disso, apenas 5% das áreas sedimentares estão contratadas. O que significa que precisamos ampliar as atividades exploratórias nessa última janela de oportunidade para novas fronteiras”, frisou o diretor-geral da ANP.

Em 2022, dos 295 blocos com contratos vigentes, 246 estavam ativos e 49 suspensos, ou seja, cerca de 17% dos contratos encontravam-se suspensos. Na maioria desses contratos, a suspensão devia-se ao atraso no processo de licenciamento ambiental. No ambiente marítimo, as Bacias de Campos e Santos destacaram-se em quantitativo de blocos sob contrato, com 33 e 30 blocos, respectivamente. Já no ambiente terrestre, as Bacias de Potiguar e Recôncavo destacaram-se em quantitativo de blocos sob contrato, com 48 e 32 blocos, respectivamente.

Fonte
Petronotícias
Mostrar mais
Botão Voltar ao topo
Fechar