Durante a visita do presidente turco Recep Tayyip Erdogan à Casa Branca, a primeira em seis anos, Donald Trump aproveitou a ocasião para pedir que a Turquia interrompa a compra de petróleo e gás da Rússia. O encontro marcou uma reaproximação entre os dois países, mas também evidenciou o estilo direto e transacional de Trump na diplomacia.
Sentado no Salão Oval, Trump elogiou Erdogan como “um homem muito duro” e sugeriu que ele poderia ajudar a mediar negociações entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. No entanto, o presidente dos EUA foi claro ao afirmar que o melhor que Erdogan poderia fazer seria cortar as importações de energia russa, enquanto Moscou continua sua ofensiva contra a Ucrânia.
A Turquia tem sido um dos principais destinos para os produtos energéticos russos desde o início das sanções ocidentais. Em janeiro de 2025, o país representou cerca de 25% das vendas de derivados de petróleo da Rússia, superando China e Brasil, com 11% cada, segundo o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo.
Trump também sinalizou possíveis incentivos: mencionou a possibilidade de aliviar sanções contra Ancara e retomar negociações sobre vendas de armas. Entre as propostas está a reintegração da Turquia ao programa de caças F-35, do qual foi excluída em 2020, além de acordos envolvendo F-16s e aeronaves da Boeing.
Apesar de divergências sobre Israel, os líderes demonstraram disposição para estreitar laços. Trump afirmou que, com um bom encontro, as sanções poderiam ser suspensas “quase imediatamente”. Para Erdogan, a mensagem foi clara: Washington quer ajuda para isolar Moscou e está disposto a pagar com jatos e comércio.
Adaptado Diesel Economics | 25/09/2025