
O futuro dos biocombustíveis no Brasil é altamente promissor, segundo projeções do Itaú BBA apresentadas durante o Agro Vision 2024. A produção de etanol, tanto de milho quanto de cana-de-açúcar, deve aumentar 84%, passando de 32 bilhões de litros em 2024 para 59 bilhões de litros em 2037. Já a produção de biodiesel deverá crescer 130%, saltando de 10 bilhões de litros atualmente para 23 bilhões de litros em 2037.
Luciana Nicola, diretora de relações institucionais e sustentabilidade do Itaú Unibanco, destacou que, enquanto a eletrificação é uma agenda de médio e longo prazo, os biocombustíveis podem ser uma solução sustentável rápida e eficiente, posicionando o Brasil como um grande fornecedor global. O país tem a oportunidade de atender à demanda crescente através da conversão de terras degradadas, expansão do milho de segunda safra sobre áreas de soja, uso de biomassa residual e investimentos em irrigação e produtividade.
Diogo Youssef, head de combustíveis da Azul, enfatizou a importância da regulamentação da Lei do Combustível do Futuro para garantir que os combustíveis sustentáveis produzidos no Brasil sejam aceitos internacionalmente. Ele destacou que o combustível representa 40% do custo de uma passagem aérea no Brasil, comparado a 25% em mercados internacionais, e que o Sustainable Aviation Fuel (SAF) brasileiro pode ser uma solução competitiva para a descarbonização do setor.
Thomás Manzano, CEO da Copersucar, ressaltou as oportunidades econômicas do Brasil, mencionando que o país já possui uma produção consolidada de biocombustíveis. Segundo ele, ao contrário de outros mercados, o consumidor brasileiro não paga mais caro por soluções renováveis, como o etanol. Manzano afirmou que o biometano e o biodiesel são alternativas mais baratas que os combustíveis fósseis no transporte rodoviário, que ainda representa cerca de 70% do cenário nacional.
Adaptado Diesel Economics | 24 de outubro de 2024