A Petrobras está considerando a recompra da Refinaria da Amazônia (Ream), vendida ao grupo Atem em dezembro de 2022 por US$ 257,2 milhões. A medida, apoiada pela Federação Única dos Petroleiros (Fup) e pelo governo, visa garantir o funcionamento da refinaria e preços mais baixos para os consumidores da região Norte. Após a aquisição, o grupo Atem aumentou o preço do gás de cozinha e passou a importar combustíveis devido a uma parada para manutenção, elevando os preços dos derivados.
O Sindipetro-AM expressou preocupação com a falta de manutenção e demissões na refinaria, que atualmente opera apenas como estrutura de apoio logístico para distribuição de derivados importados. A refinaria tem capacidade de processamento de 46 mil barris por dia e atende principalmente o mercado da região Norte. A Atem afirmou que a parada para manutenção foi planejada e está alinhada com os órgãos reguladores.
Paralelamente, a Petrobras avançou nas negociações para recomprar a Refinaria de Mataripe, na Bahia, vendida em 2021 ao fundo Mubadala por US$ 1,65 bilhão. A estatal sinalizou um retorno ao modelo de gestão dos governos petistas anteriores, afastando-se das estratégias seguidas durante as presidências de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Em maio, o Cade aprovou novos acordos que permitem à Petrobras manter cinco refinarias que estavam no plano de vendas desde 2019.
Em maio deste ano, o Sindipetro-AM entrou com ação civil pública contra a Refinaria do Amazonas e a ANP devido à ausência de informações obrigatórias sobre a produção de derivados. A ANP informou que a refinaria teve dificuldades em apresentar os dados devido a problemas de sistema, mas que a situação já foi regularizada.
Adaptado Diesel Economics | 22 de julho de 2024