A OPEP manteve suas previsões para a demanda global de petróleo praticamente inalteradas, mesmo enquanto o grupo e seus aliados optaram por prolongar as restrições de produção por mais dois meses. A organização ainda projeta que o consumo mundial aumentará em 2 milhões de barris por dia (MMbpd) este ano, uma cifra muito superior à de outros previsores.
As estimativas otimistas da OPEP contrastam com sua decisão da semana passada de adiar a retomada da produção interrompida até dezembro. Isso ocorre em meio a uma queda nos preços do petróleo, que despencaram na sexta-feira para o nível de fechamento mais baixo desde 2021, devido a preocupações com o crescimento econômico chinês. Os futuros do Brent estão sendo negociados perto de $71 por barril.
Liderada pela Arábia Saudita e Rússia, a aliança OPEP+ de 23 nações tem restringido a produção desde o final de 2022 para sustentar os preços, mas agora busca retornar os barris ao mercado. Segundo o relatório de seu departamento de pesquisa em Viena, a retomada deveria ser urgentemente necessária. Os dados da OPEP sugerem que os estoques mundiais devem estar se esgotando rapidamente e, a menos que o grupo abra as torneiras, enfrentará um déficit substancial de mais de 3 MMbpd no quarto trimestre.
As ações do grupo sugerem uma falta de confiança em seus próprios números, e não pela primeira vez. No final do ano passado, a OPEP também projetou um déficit de oferta sem precedentes, mas, em vez disso, o Brent caiu 19% e o grupo se sentiu compelido a concordar com novos cortes. Entre as maiores revisões no relatório deste mês, houve uma redução de 300.000 bpd na previsão de consumo global de petróleo durante o primeiro trimestre de 2025. A OPEP espera que a demanda média seja de 104,6 MMbpd durante o período.
Adaptado Diesel Economics | 10 de setembro de 2024