
Os reajustes recentes nos preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP) pela Petrobras não devem afetar o diesel tão cedo. A entrada massiva de diesel russo, vendido com desconto em relação aos preços da bolsa de Nova York, tem criado um amortecedor que alivia a pressão sobre os preços praticados pela estatal.
Fontes e ex-executivos da Petrobras confirmam essa análise, destacando que a defasagem entre os preços do diesel da Petrobras e o preço de paridade de importação (PPI) tem sido menor do que o reportado por entidades como a Abicom e o CBIE. Enquanto essas entidades apontam uma defasagem superior a 10%, analistas indicam que a diferença real oscila entre 2% e 4%.
O diesel russo representou 97,8% do total importado pelo Brasil em maio e 71,2% em junho, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). A substituição do diesel americano pelo russo nas importações brasileiras se deve ao desvio das cargas americanas para o mercado europeu após o início da guerra na Ucrânia.
Especialistas observam que, apesar da presença do diesel russo, ainda há uma defasagem no preço da Petrobras, mas o impacto do câmbio tem ajudado a reduzir essa diferença. A expectativa é que o diesel russo continue dominando o mercado brasileiro, com volumes flutuando conforme as condições do mercado doméstico e mundial.
A redução do desconto no preço do diesel russo nas últimas semanas pode indicar uma nova normalidade, com os russos ajustando suas margens de lucro. Essa mudança pode refletir um aumento da demanda interna na Rússia, influenciando a formação de preços no mercado internacional.
Adaptado Diesel Economics | 29 de julho de 2024