
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu em 150 mil barris por dia (bpd) a previsão de crescimento da demanda global por petróleo em 2025, citando os efeitos da guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos, além de dados econômicos recebidos no primeiro trimestre. O cenário de incerteza e tensão econômica reflete diretamente na volatilidade dos preços do petróleo, que têm oscilado entre US$ 58,40 e US$ 75 por barril em abril, com o Brent sendo negociado a US$ 65,01 na última atualização.
Apesar da redução global, o Brasil manteve perspectivas positivas. A Opep projeta que a demanda por combustíveis no país continue crescendo nos próximos anos, enquanto a produção nacional de petróleo bruto alcançou 3,5 milhões de bpd em fevereiro, com aumento de 39 mil bpd. Embora a oferta brasileira de líquidos em 2025 tenha sido ajustada para 4,3 milhões de bpd, as projeções para o PIB nacional permanecem estáveis, indicando possível competitividade em meio às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.
A decisão da Opep+ de elevar a produção em 411 mil bpd a partir de maio e o adiamento de 90 dias das tarifas comerciais americanas trouxeram maior volatilidade ao mercado. Em meio a tensões comerciais entre Estados Unidos e China, especialistas apontam que os preços do petróleo podem recuperar-se no segundo semestre, impulsionados pelo aumento do consumo no verão do Hemisfério Norte e por instabilidades geopolíticas.
Mesmo com o alívio temporário nas tarifas, analistas destacam que o risco de recessão global permanece no radar, especialmente considerando a queda na demanda chinesa e o crescimento dos estoques de petróleo nos Estados Unidos. Com esse panorama, o Goldman Sachs revisou suas projeções para o Brent, esperando que o preço médio feche em US$ 69 em 2025, caindo para US$ 62 em 2026.
Adaptado Diesel Economics | 14/04/2025