A implementação da mistura B16 — 16% de biodiesel no diesel — prevista para março de 2026 pode ser adiada, segundo o diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Marlon Arraes. Ele afirmou que ainda não há tempo suficiente para concluir os estudos técnicos exigidos pela Lei do Combustível do Futuro, que condiciona o aumento da mistura à viabilidade técnica.
A mistura B15, que deveria ter entrado em vigor em março de 2025, foi implementada apenas em agosto, após preocupações inflacionárias. A possível postergação do B16 preocupa a indústria de óleo de soja, principal matéria-prima do biodiesel, que já investe pesado na expectativa de maior demanda — cerca de R$ 5,9 bilhões nos próximos 12 meses.
Arraes destacou que o governo pretende formar um comitê com representantes da indústria produtora e do setor automotivo para definir os testes necessários. Ele ressaltou que o processo precisa ser construído com base sólida para garantir a viabilidade da mistura mais alta e evitar questionamentos futuros.
Com uma supersafra de soja e capacidade instalada para produzir até 15 bilhões de litros de biodiesel por ano, o setor vê na ampliação da mistura uma oportunidade para fortalecer o agro, gerar empregos e ampliar o uso de derivados como óleo e farelo de soja.
Adaptado Diesel Economics | 07/10/2025