O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 10,75% ao ano, marcando o primeiro aumento desde agosto de 2022. A decisão, tomada por unanimidade, foi impulsionada pela alta do dólar e incertezas em torno da inflação. A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu para 13,75% ao ano.
O Copom justificou a elevação com base na resiliência da atividade econômica, pressões no mercado de trabalho e aumento das estimativas de inflação. A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, que em agosto ficou negativa em 0,02%, mas deve subir com o aumento das tarifas de energia e o impacto da seca prolongada nos preços dos alimentos.
A decisão de aumentar os juros visa conter a inflação, encarecendo o crédito e desestimulando o consumo e a produção. No entanto, taxas mais altas também podem dificultar o crescimento econômico. O Banco Central projeta um crescimento de 2,3% para a economia em 2024, enquanto o mercado prevê uma expansão de 2,96%.
O comunicado do Copom trouxe pela primeira vez as expectativas atualizadas do Banco Central sobre a inflação, prevendo que o IPCA chegará a 4,3% em 2024, 3,7% em 2025 e 3,5% no acumulado em 12 meses até o fim do primeiro trimestre de 2026.
Adaptado Diesel Economics | 18 de setembro de 2024