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China e Índia redesenham o comércio global de óleos básicos em meio à retração estrutural nas graxas

O mercado global de óleos básicos passa por uma transformação silenciosa, mas profunda, com efeitos estruturais cada vez mais evidentes. A crescente autossuficiência produtiva de China e Índia, somada à retração contínua na produção mundial de graxas, está moldando novas rotas de comércio e alterando o equilíbrio tradicional de oferta e demanda.

China e Índia freiam importações e redirecionam o comércio global

Ambos os países asiáticos vêm investindo fortemente em capacidade interna para atender à demanda por óleos básicos, especialmente dos Grupos II e III. A Índia planeja adicionar mais de 1,5 milhão de toneladas até 2028, impulsionada por políticas industriais que priorizam a autossuficiência energética. Embora siga como importadora líquida, o país já reduz gradualmente suas compras externas, pressionando exportadores tradicionais a buscar novos destinos.

Na China, o processo está mais avançado: responsável por 42% da produção asiática, o país acumula excedentes em algumas categorias, aumentando as exportações, especialmente para Índia, Sudeste Asiático e Oriente Médio. Além disso, a demanda interna segue volátil e inferior aos níveis de 2020-2021, impactada pela desaceleração econômica, eletrificação veicular e a guerra comercial com os EUA.

Com esse novo cenário, as importações por China e Índia vêm caindo de forma constante. e obriga grandes exportadores, como Coreia do Sul, Emirados Árabes e EUA, a redistribuírem seus fluxos, principalmente de produtos do Grupo II.

Produção mundial de graxas chega a 10 anos de queda

A produção global de graxas completou, em 2024, dez anos consecutivos de retração, segundo o National Lubricating Grease Institute (NLGI). O declínio é atribuído ao amadurecimento de mercados como China, Europa e América do Norte e ao avanço tecnológico das formulações, que requerem reaplicações menos frequentes.

A substituição de espessantes convencionais por complexos mais eficientes, como sulfonato de cálcio e poliuréias, e o aumento do uso de óleos sintéticos também explicam a queda. Trata-se de uma mudança estrutural: menor volume, mas com maior valor agregado.

Diesel Economics | 04/07/2025

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Diesel Economics
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