
O Brasil emergiu como líder em energia limpa, com um dos setores energéticos menos intensivos em carbono do mundo, atendendo quase 45% da demanda primária de energia com renováveis. Desde 2017, a Agência Internacional de Energia (IEA) e o Brasil fortaleceram sua cooperação bilateral, incluindo o foco na agenda do G20 do Brasil no ano passado. A IEA forneceu suporte extenso para ajudar o país a implementar várias iniciativas, como a Iniciativa Global de Bioeconomia e a Força-Tarefa para Mobilização Global contra as Mudanças Climáticas.
Essa colaboração alcançou um novo marco significativo com a Revisão da Política Energética do Brasil, prevista para ser lançada no primeiro semestre de 2025. Em fevereiro, uma equipe de revisão da IEA viajou para o Rio de Janeiro e Brasília, onde se reuniu com diversas partes interessadas, como o Ministério de Minas e Energia e instituições como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A equipe discutiu temas como aumento da flexibilidade no setor elétrico, mapeamento de empregos na energia e garantia de que as receitas do petróleo e gás contribuam para financiar a transição energética.
A revisão foi formalmente solicitada pelo Ministro de Minas e Energia para servir como insumo no desenvolvimento do Plano Nacional de Transição Energética. Thiago Barral, Secretário de Transição Energética e Planejamento, destacou que esse processo reflete a relação de confiança fortalecida entre a IEA e o Brasil e enfatizou a expectativa do governo em receber os resultados do relatório, especialmente no contexto das ambiciosas metas climáticas do Brasil.
Com a demanda por eletricidade prevista para aumentar nos próximos três anos até 2027, o mundo está entrando em uma nova Era da Eletricidade. Impulsionada pela crescente produção industrial, eletrificação acelerada, expansão de centros de dados e uso crescente de ar condicionado, a demanda global por eletricidade deve crescer cerca de 4% ao ano até 2027. Grande parte desse crescimento virá de economias emergentes e em desenvolvimento, com a China liderando, seguida pela Índia, Sudeste Asiático e outras economias emergentes.


A IEA também contribuiu para a visão de uma infraestrutura energética digital unificada com a Fundação para Interoperabilidade na Economia Digital (FIDE). No lançamento do relatório em fevereiro, o Diretor Executivo da IEA, Fatih Birol, discutiu a visão de uma infraestrutura energética digital e o potencial da Rede de Energia Digital (DEG). Economias emergentes e em desenvolvimento devem impulsionar quase 80% do crescimento da demanda por eletricidade até 2030, o que significa que uma maior coordenação não apenas abordará os desafios atuais do setor energético, mas também criará um futuro energético mais resiliente e inclusivo.

Outra tecnologia reconhecida como chave para a transição global de energia limpa são as bombas de calor. Para discutir as tendências e desafios atuais, a IEA organizou o workshop “A importância dos dados de bombas de calor para a formulação de políticas e inovação”, reunindo representantes de fabricantes de bombas de calor, indústria, setor público e academia. Os participantes discutiram como a melhoria da qualidade dos dados pode impulsionar o apoio político e a importância de harmonizar definições e técnicas de relatórios de dados para incentivar a adoção global de bombas de calor.