
A infraestrutura de refino de petróleo do Irã está entre os possíveis alvos de uma retaliação de Israel aos ataques sofridos esta semana. Questionado na quinta-feira (3/10) sobre um eventual apoio para ataques às refinarias no Irã, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, respondeu de forma evasiva que o assunto está em discussão.
O conflito no Oriente Médio entrou em uma nova fase esta semana, depois que o Irã lançou um ataque de mísseis contra Israel. A possibilidade de que o conflito atinja os ativos de petróleo e gás da região colocou pressão para a alta nos preços do barril. As incertezas sobre o suprimento iraniano levaram as cotações do petróleo tipo Brent a encerrar a quinta-feira a $77,9 por barril, uma alta de 4,33% nas negociações para entrega em dezembro.
A escalada do conflito no Oriente Médio em uma operação militar de larga escala tem potencial para afetar ativos de upstream, como campos de produção iranianos, ou de midstream, como portos de carregamento de óleo bruto e combustíveis no Irã, ou retaliações aos hutis no Mar Vermelho ou no Golfo de Aden. A capacidade de refino iraniana é de 2,4 milhões de barris por dia, uma das maiores do Oriente Médio.
O processamento de petróleo no Irã ocorre em dez ativos, sendo as maiores as refinarias de Isfahan, Abadan e Bandar Abbas. Há receios também sobre uma eventual interrupção dos fluxos no Estreito de Ormuz, na costa iraniana, por onde os países do Oriente Médio escoam um volume de petróleo que corresponde a mais de 20% da demanda global.
Adaptado Diesel Economics | 04 de outubro de 2024