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Três notícias puxam alta de 4% do petróleo

O petróleo é negociado em forte alta e estende os ganhos observados na semana passada, à medida que os investidores avaliam impactos de diferentes gargalos na oferta da commodity.

Por volta das 17h de ontem (29/08), as referências de petróleo WTI (americana) e Brent (internacional) subiam, respectivamente, 4,14% e 3,75%.

O movimento reflete três notícias no front geopolítico: a escalada da violência na Líbia, o agravamento da crise energética na Europa e indefinições sobre o acordo nuclear Irã-Estados Unidos.

A começar pela Líbia. No sábado (27), a capital Tripoli foi palco de um conflito entre facções políticas.

O episódio do fim de semana foi o mais violento dos últimos tempos e abalaram os esforços de pacificação do país, que sofre instabilidades desde 2011. A preocupação crescente entre investidores dos mercados globais é que novos conflitos possam acabar paralisando as exportações de petróleo do país, que é membro da Opep+

A notícia do país africano preocupa principalmente os europeus, que contam com o petróleo da Líbia para atenuar a escassez energética que enfrentam no verão. A União Europeia convocou reunião emergencial para o dia 9 de setembro, quando discutirá mecanismos para controlar a espiral de preços dos combustíveis no continente.

A Europa ‘corre’ contra o relógio para mitigar a dependência que possui do gás russo, mas os desafios são enormes e serão postos novamente nos próximos dias: a Gazprom, estatal russa de energia, informou que o Nord Stream 1 ficará fechado para manutenção entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro.

Nas entrelinhas, o temor é que a estatal russa se utilize da oportunidade para interromper de vez o fluxo de gás para os países da Europa Central e Ocidental. Atualmente, o Nord Stream 1 funciona apenas com 20% da sua capacidade.

Apesar da ameaça iminente, os preços do gás natural negociados no continente despencaram mais de 18%, abaixo dos €280/MWh, seguindo anúncio de que a Alemanha conseguirá preencher até 85% o seu estoque de gás no próximo mês. A queda do preço ainda não neutraliza o aumento de 40% que o produto teve na última semana.

Completa o cenário do dia a declaração de oficiais do governo iraniano sobre o acordo nuclear entre Irã e Estados Unidos, mediado pela União Europeia. Segundo Teerã, as negociações devem se arrastar por setembro, descartando a possibilidade de uma injeção rápida de oferta nos mercados.

Petrolíferas pegam carona com preço e operam no azul

Em reação ao salto no preços do petróleo, as ações das principais petrolíferas do mundo avançam. Após o fechamento do mercado em Londres, a Shell (SHEL) avançou 0,58%. Em Nova York, ExxonMobil (XOM) e Chevron (CVX) ganham, respectivamente, 1,30% e 2,76%.

Já a Petrobras (PETR4) operava em alta de 3,60%, renovando sua máxima histórica. Mas analistas dizem que o papel da petrolífera brasileira ainda está barato.

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MoneyTimes
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