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Sindicatos articulam paralisação de caminhoneiros após reajuste do diesel

A partir desta quarta-feira (29/9) o preço médio de venda do diesel nas refinarias passa de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro, um reajuste médio de R$ 0,25 por litro. O reajuste foi anunciado ontem, pela Petrobras, e causou revolta entre sindicatos que representam os caminhoneiros. Há, inclusive, articulações para uma possível greve.

O longo histórico de reajustes nos preços assusta quem depende do combustível para trabalhar. O presidente Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Gladstone Lobato, reforça que o preço não fica só nesse reajuste inicial, já que a alteração é feita para as distribuidoras e toda a cadeia também precisa se adequar.

“Para nós chega com outro preço. A Petrobras aumenta para as distribuidoras e no dia seguinte vemos o valor real que ficou dependendo da região. A recomendação que damos para os empresários é repassar, não temos outra saída. Não somos nós que colocamos o preço para poder negociar um aumento menor”, disse Gladstone.

Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), lamentou os sucessivos aumentos no preço do óleo diesel e afirmou que “o elevado preço dos combustíveis no Brasil é nocivo também para o empresário varejista, que necessita de maior capital de giro para compor o estoque, além de claramente registrar forte redução das vendas na pista”, diz o texto.

O sindicato também chamou atenção para a tributação dos combustíveis. “A solução para um preço mais adequado dos combustíveis passa por uma tributação mais justa, uma vez que aproximadamente 50% do preço final dos combustíveis é composto por impostos. Por isso, uma reforma tributária seria a solução mais adequada e sustentável para um preço mais ajustado dos combustíveis”.

Susto ao abastecer

O caminhoneiro Levi Apolinário de Santos afirmou que ficou surpreso na hora de abastecer. “Cada dia que vou ao posto é um susto, hoje eu só assinei o talãozinho que abasteço”. Ele ressaltou que os motoristas de carros a diesel também estão enfrentando problemas para manter os gastos.

“Todo mundo falando que está caro, uns já querem deixar o carro parado, ou vender, andar de moto. Eu mesmo tenho uma caminhonete e pensei em vender para comprar um carro mais leve. Infelizmente é sair do conforto para tentar manter”, afirmou Levi.

Paralisação?

O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustível e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, afirmou que líderes da categoria em vários estados estão se mobilizando para fazer uma paralisação.

“Neste momento estamos nos mobilizando para essa paralisação. Não vamos divulgar a data, mas pode acontecer a qualquer momento, está movimentando toda a categoria em outros estados como em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Goiás e Distrito Federal. Estamos nos reunindo todos os dias para definir como será, mas já estamos caminhando para essa paralisação”, afirma Irani.

Segundo o presidente do sindicato, há possiblidade de outras lideranças aderirem à paralisação. “Todos estão insatisfeitos e temos conversado com outros segmentos dentro do transporte para aderir à paralisação”.

Com o reajuste anunciado ontem, alguns postos já chegam a mais de R$ 5 por litro. “Hoje já deu para sentir diferença nos postos, tem óleo diesel sendo vendido por R$ 5,40 o litro, aqui em Minas”, finaliza o presidente do Sindtanque-MG

Veja a nota do Minaspetro na íntegra:

“A Petrobras, desde 2017, vem praticando uma política de alinhamento dos preços de produção com os valores do barril de petróleo no mercado internacional. O Minaspetro acredita que essa livre oscilação é saudável, tendo em vista que as comodities têm liberdade de variação, e intervenções governamentais não é a melhor estratégia a ser seguida. No entanto, a entidade lamenta os sucessivos aumentos praticados este ano e informa que o elevado preço dos combustíveis no Brasil é nocivo também para o empresário varejista, que necessita de maior capital de giro para compor o estoque, além de claramente registrar forte redução das vendas na pista.

A solução para um preço mais adequado dos combustíveis passa por uma tributação mais justa, uma vez que aproximadamente 50% do preço final dos combustíveis é composto por impostos. Por isso, uma reforma tributária seria a solução mais adequada e sustentável para um preço mais ajustado dos combustíveis.

O Minaspetro tem se comunicado com o governo de Minas com o objetivo de solicitar o congelamento do PMPF, índice que incide o ICMS, para que se contenham os aumentos dos preços.”

Fonte
BiodieselBR
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