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Ministro anuncia mudança no preço dos combustíveis e irrita Petrobras

Declarações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre mudança na política de preços dos combustíveis nesta quarta-feira (5) irritaram a cúpula da Petrobras, que se vê sob ataque do ministério desde o início da gestão.

Silveira anunciou em entrevista à Globonews que a estatal alterará sua política comercial após a eleição do novo conselho e chegou a cunhar um nome para o novo modelo, PCI (preço de competitividade interna), que, segundo ele, reduziria o preço do diesel em até R$ 0,25 por litro.

Disse ainda que a Petrobras tem que cumprir sua função social e servir como um colchão para amortecer variações abruptas nas cotações internacionais do petróleo, como a motivada pelo corte de produção anunciado por países exportadores no domingo (2).

“O preço de paridade de importação [que simula quanto custa para importar os produtos] é um verdadeiro absurdo”, afirmou o ministro. “Nós temos que ter o que tenho chamado de PCI, que é o preço de competitividade interna.”

Silveira disse respeitar a governança da Petrobras e sua natureza jurídica, mas ressaltou que a empresa é controlada pela União e “tem que trabalhar cumprindo a sua função social”. “Temos que rapidamente fazer essa discussão. A Petrobras já está orientada nesse sentido”, afirmou.

Embora a mudança na política de preços já esteja entre as prioridades da gestão indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as declarações pegaram de surpresa a cúpula da companhia, tanto a direção quanto o conselho de administração.

Executivos ouvidos pela Folha logo após a entrevista disseram desconhecer a proposta do ministro e reclamaram de ingerência do governo na companhia, por descumprir os procedimentos internos de aprovação e divulgação de decisões estratégicas.

No início da tarde, a Petrobras confirmou em nota que “não recebeu nenhuma proposta do Ministério das Minas e Energia” e que eventuais propostas de política de preços “serão comunicadas oportunamente ao mercado, e conduzidas pelos mecanismos habituais de governança interna da companhia”.

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FeCombustíveis
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