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‘Fantasma de março’ faz petróleo devolver todo ganho acumulado desde corte surpresa de Opep+

O petróleo encerrou a sessão desta quarta-feira (26) em queda acentuada, renovados temores de que uma recessão tome conta das principais economias do mundo.

Por volta das 17h30, os contratos de WTI (referência americana) e Brent (referência internacional) com entrega para junho perdiam, respectivamente, 3,69% e 3,59%.

Com o desempenho do dia, o mercado da commodity devolve todo o ganho recolhido desde que a Opep+ anunciou um corte surpresa na produção de 1,6 milhão de barris por dia (bdp) no início do mês.

Na contramão da restrição de oferta, os investidores voltaram a ser influenciados por um temor de que condições financeiras mais restritas nos EUA e na Europa possam ocasionar uma recessão já no segundo trimestre do ano.

Concorrem para intensificar o temor financeiro os últimos desdobramentos envolvendo um dos principais bancos regionais dos EUA — o First Republic Bank. Desde segunda-feira, quando reportou resultados, as ações do credor despencaram mais de 60% em meio a uma corrida bancária que custou ao banco um fluxo de saque de US$ 100 bilhões no trimestre.

Nesse sentido, os mercados esperam com ansiedade a decisão do Federal Reserve nos dias 2 e 3 de maio. A expectativa é de que a autoridade confirme um novo aumento na taxa de juros, colocando-a na faixa de 5,25-5,50%.

Além disso, a queda da commodity vem em linha com um fortalecimento do dólar nas últimas sessões, com o DXY (que mede a variação do dólar ante uma cesta de moedas fortes) operando próximo dos 101,5 pontos. Um dólar mais forte pressiona a demanda por petróleo, tornando a commodity mais cara para os compradores que possuem outras moedas.

Agência Internacional de Energia alerta Opep+

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla de inglês) fez uma crítica dura à Opep+ nesta quarta-feira. Segundo o diretor da entidade Fatih Birol, a medida tomada no início do mês pela Arábia Saudita e outros produtores pode virar um “tiro pela culatra”.

Isso, porque se os preços mais elevados se sustentarem, abre-se a possibilidade para que os consumidores acabem procurando outras formas de energia para abastecimento, como a elétrica, ou demais alternativas sustentáveis.

É esperado que o último corte da Opep+ gere um déficit de suprimento de 2 milhões de barris por dia na segunda metade do ano, o que pode trazer problemas para a recuperação econômica mundial.

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MoneyTimes
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