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Bolsonaro nega interferência, mas fala em mudar política de preços

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na 4ª feira (7) que não vai interferir na Petrobras, mas disse também: “Podemos mudar essa política de preço lá”. A declaração foi feita durante a posse do novo diretor-geral brasileiro da usina Itaipu Binacional, o general da reserva João Francisco Ferreira. Ele substituirá Joaquim Silva e Luna, que foi indicado para presidir a estatal de petróleo.

“Ele [Silva e Luna] sabe que é uma empresa que, mais do que transparência, precisa de previsibilidade. É inadmissível se anunciar agora, o velho presidente ainda, o reajuste de 39% no gás. É inadmissível, que contratos são esses? Que acordos foram esses? Foram feitos pensando no Brasil num período de 3 meses? Não vou interferir, a imprensa vai dizer o contrário, mas podemos mudar essa política de preço lá”, afirmou em referência ao reajuste anunciado para maio.

Os preços da Petrobras acompanham o mercado internacional e sofrem interferências da cotação do petróleo no exterior e da valorização do dólar. Ao valor do combustível vendido nas refinarias adicionam-se ainda os impostos federais e estaduais. Também são somados os custos de compra e mistura de etanol anidro e as margens das distribuidoras e postos de combustíveis.

O presidente defendeu a aprovação do projeto de lei que modifica a cobrança do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre o preço dos combustíveis. Ele disse que o governo deve pautar a proposta nos próximos 15 ou 20 dias.

“O que nós queremos é transparência. Vocês têm que saber o quanto o governo federal arrecada e quanto os governadores arrecadam com o mesmo combustível. Que cheguem num acordo. Que não seja um valor único, mas que seja um valor fixado em cada Estado e que cada governador se responsabilize”, disse.

O governo sofreu pressão dos caminhoneiros –uma das categorias que apoiou Bolsonaro em 2018– por conta da alta de preços. O entendimento do atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, de que a questão não seria um problema da estatal fez com que Bolsonaro o demitisse. A saída deve ser formalizada em reunião no próximo dia 12.

Em relação a Itaipu, Bolsonaro afirmou que o novo diretor-geral “pega uma casa arrumada” e que “pouca coisa vai mudar”. João Francisco Ferreira deve ficar no cargo até 16 de maio de 2022. Em seu discurso, disse que dará “continuidade ao trabalho que vem sendo muito bem conduzido pela atual diretoria”. 

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BiodieselBR
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