Mercado

2021: o ano que mudou tudo para o biodiesel no Brasil

Sobrevivemos a 2021! O trágico é que essa não é apenas uma hipérbole chamativa para atrair os leitores. A pandemia do novo coronavírus – que já havia colocado o mundo de joelhos no ano passado – só foi nos golpear com força total este ano. Do final de janeiro até o começo de agosto, mais de mil brasileiros foram vitimados pela doença a cada dia.

Desde o começo da crise sanitária em março de 2020, a contagem de vítimas fatais já soma 5,34 milhões no mundo todo. Destes, 617 mil – 11,5% do total – viviam no Brasil.

Felizmente – e apesar do negacionismo oficial –, a vacinação em massa engrenou. Estamos encerrando o ano com mais de 66% da população brasileira devidamente vacinada. Não é por outro motivo que a média de mortes vem caindo sem parar.

Biodiesel

O ano foi igualmente dramático para o setor de biodiesel. Embora o começo tenha sido promissor com o mercado de óleo diesel começando a entrar nos eixos depois de muita instabilidade – naquele momento ninguém sabia ainda, mas o mercado do derivado estava prestes entrar em seu melhor ano desde 2014 – e o B13 chegando como esperado.

A partir daí, no entanto, as coisas desandaram. Pego no fogo cruzado entre o governo e grupos de caminhoneiros descontentes com as altas sucessivas do preço do diesel, a mistura foi reduzida. Inicialmente seria uma medida apenas temporária que valeria só para o Leilão 79. Só que aconteceu de novo, e de novo (mesmo que em menor escala), e de novo.

E de novo! Dessa última vez, no entanto, o corte será para todo o próximo ano. Esse corte deve reduzir o mercado de biodiesel em 2,4 milhões de m³ ao longo do próximo ano. E poderia ter sido bem pior. O Ministério da Economia chegou a defender o B6.

Fim dos leilões

Não foi o único ponto de fricção na relação entre setor e governo.

No ano passado, o governo já havia informado que estava estudando acabar com os leilões de biodiesel. Mas ninguém esperava tanta obstinação por parte de Brasília.

A decisão de liquidar a fatura em apenas um ano não apenas condicionou o modelo a ser adotado como, ainda, levou o CNPE a ignorar reiterados alertas emitidos tanto pelo Confaz e quanto pela ANP de que a mudança poderia levar a um aumento no custo tributário do produto.

Foi por bem pouco. Aos proverbiais 45 minutos do segundo tempo, o Confaz achou uma solução para o problema embora falte regulamentação em nível estadual.

A forma atabalhoada como o governo conduziu o processo não é a única crítica do setor ao novo modelo de comercialização. Mesmo os distribuidores não saíram plenamente satisfeitos com a mudanças repentinas.

Apesar disso, usinas e distribuidoras trabalharam a pleno vapor tentando fechar os contratos que vão garantir o abastecimento do mercado no próximo bimestre. Para isso, elas poderão contar com uma ajuda de BiodieselBR.com que acaba de lançar seu próprio indexador para os preços do biodiesel no mercado brasileiro.

Qualidade

A relação com o governo federal não foi a única fonte de dor de cabeça para o setor.

Ignorando o relatório publicado em março de 2019, um grupo de 9 entidades empresariais publicou uma nota responsabilizando o biodiesel por uma série de falhas reportadas em veículos.

Nesse caso, a ANP vem agindo como bombeiro. Além de lançar um programa de monitoramento da qualidade do biodiesel e do diesel fóssil, a agência está preparando uma nova especificação para o biodiesel cuja audiência pública está marcada para o próximo dia 18 de janeiro.

Próximo ano

Em meio a tantas voltas e reviravoltas, a equipe BiodieselBR.com fez o possível para acompanhar os principais acontecimentos e cumprir sua missão de entregar ao setor de biodiesel a melhor informação disponível para que ele esteja apto a encontrar o melhor caminho num cenário em constante transformação. Seguiremos fiéis a este propósito também no próximo ano que, desde já, sinaliza ser tão desafiador quanto o que vai se encerrar em mais alguns dias.

Fonte
BiodieselBR
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